quinta-feira, 16 de agosto de 2012

UM GLOSSÁRIO ELETRÔNICO DA CANA-DE-AÇÚCAR DO MARANHÃO (VERSÃO PRELIMINAR) Este glossário é um trabalho de iniciação científica desenvolvido pelo projeto Atlas Linguístico do Maranhão (ALiMA), Projeto do departamento de Letras da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) em parceria com o conselho Nacional de Pesquisa, por meio de bolsa de Iniciação Científica – Voluntária. O ALiMA, por meio de sua vertente Produtos Extrativistas e Agroextrativistas maranhenses – cana-de-açúcar, durante um ano, investigou a linguagem de plantadores tradicionais, não mecanizados, de cana-de-açúcar do Estado, em três municípios – São Bento, Central do Maranhão e Buriti. Por meio do questionário semântico-lexical da cana-de-açúcar produzido pelo ALiMA, nos foi possível coletar os termos do universo laboral do micro e pequeno agricultor maranhense. Este glossário encontra seu valor em três âmbitos: um acadêmico, um social e outro econômico: Socialmente, até onde podemos constatar, a ideia desse glossário é pioneira, visto que no Maranhão, não há trabalhos dessa natureza que investiguem diatopicamente o léxico da cana-de-açúcar, sobretudo para mostrar sua variedade à luz das teorias que investigam o léxico em voga no mundo; a importância acadêmica esta no fato de esta ser a primeira vez que um glossário eletrônico de cunho socioterminológico é feito no Estado, mostrando o início de uma tradição que revela-se promissora, com relação ao estudo do léxico no Maranhão e a econômica diz respeito que com esse glossário, o micro e pequeno agricultor de cana-de-açúcar terá menos problemas de se comunicar com o técnico agrícola, uma vez que os dois terão uma ponte que diminua a distância comunicativa ente os dois. Esta primeira versão do glossário é constituída por 78 entradas e 50 variantes. Tendo sido, até agora, catalogados por nós 128 termos desse universo. É interessante observar que esta pesquisa continuará investigando esse universo em outros municípios maranhense, para observarmos a variação existente nessa linguagem especializada. Este Glossário é constituído por imagens da pesquisa e dos objetos dos engenhos e dos alambiques visitados por nossa equipe. Além das imagens, o glossário vem também com um vídeo explicativo sobre o processo de plantação da cana-de-açúcar. O glossário é de fácil manuseio e pode ser aberto em qualquer computador. Bastará que o usuário instale o programa de sustentação do glossário que o usuário poderá utilizar todas as informações, e ter acesso ao vídeo e as imagens que são disponibilizadas no glossário. O glossário poderá ser utilizado e dividido de forma gratuita desde que os devidos créditos da criação da obra sejam dados.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

LEXISPACE: UM ESPAÇO À LEXICOLOGIA

Oi Pessoal, sei que estou meio distante deste blog, mas quero justificar minha ausência com o anúncio de um novo site sobre lexicologia e lexicografia. É  LEXISPACE. Clique sobre o link e curta os espaços do site.


LEXISPACE


Na página, estarão à disposição dos internautas, informações sobre eventos, chamadas para publicações e trabalhos publicados que tenham o léxico como o principal fonte de estudo.

Contamos com a visita de todos.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

O GOL - Ferreira Gullar

A esfera desce
do espaço
veloz
ele a apara
no peito
e a pára
no ar
depois
com o joelho
a dispõe a meia altura
onde
iluminada
a esfera
espera
o chute que
num relâmpago
a dispara
na direção
do nosso
coração.



sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Paulinho Moska - Muito Pouco

Paulinho moska é um dos maiores gênios da música que podemos encontrar na atualidade. Dono de uma voz própria e de um ritmo singular, Moska é um dos poucos talentos em ebulição que sobraram de épocas remostas de nossa recente música. Desde vontade, primeiro disco da carreira, Moska é um furacão em ebulição, um artista surpreendente e cheio de novidades em cada novo disco. Além de seu folego artístico, que parece nunca se acabar, Paulinho Moska é dono de verdadeiras obras poéticas da atualidade. Letras complexas, que falam da vida, do viver a dois, da consciência humana, o respeito pelo outro, a simplicidade da vida cantada em versos extremamente complexos regados a sons modernos e esperimentais. Moska é dono de um estilo que une um pouco mpb, rock´n roll e pop extremado, sem dúvidas, Moska é um calendoscópio giratório que nunca sessa de demonstrar o cotidiano da alma humana.

Uma das verdadeiras guinadas em sua vida artística, o lançamento de novo de novo, em 2004, coroa Moska como um artista independente e cheio de arte. Moska, agora como selo independente reinaugura-se no disco e vê-se um MOska que quer a chance que a vida oferece diariamente. Em belíssimos versos, Moska nos convida a errar e a errar de novo, errar até um dia não acertar "Tudo novo de novo, vamos nos jogar de onde já caímos/ tudo novo de novo, vamos nos jogar do alto de onde subímos". No disco de Moska, o ser lírico nos convida a entrar em um universo cheio de alegria, cheio de vida e experimentos infindáveis. Um mundo de sensações que nos levam ao mais íntimo da alma humana.

Um dos seus últimos lançamentos, o disco duplo muito pouco é um empreendimento de um Paulinho Moska mais vivo, cehio de luz, cheio de boas atitudes, mas ao mesmo tempo extremamente apaixonado. Com letras cheias de vida e força, a música de Moska em seu último disco é um convite a alegria viceral, a paixão errada, mas gostosa; um convite à estrada do corpo da amada, um perigoso e delicioso prazer de ouvir a música e deliciar-se sem fim. Abaixo, um vídeo com o seu mais novo sucesso muito pouco:


Mas muito pra mim é tão pouco
E pouco é um pouco demais
Viver tá me deixando louco
Não sei mais do que sou capaz
Gritando pra não ficar rouco
Em guerra lutando por paz
Muito pra mim é tão pouco
E pouco eu não quero mais





quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Amy winehouse - Will you still love me tomorrow



O senso de juiz é uma das características mais marcantes de nossa natureza, pequena, mas ao mesmo tempo tacanha. E essa é uma das características que mais se manifestam em nós, durante nossa vida terraquea. Não são poucos os casos em que as pessoas simplesmente são massacradas por causa de seus comportamentos, sem que ao menos nós saibamos quais foram as causas dele. Por isso é que sou veementemente contra a pena de morte, não por motivos religiosos simplesmente, mas também porcausa da incapacidade do homem de aplicar pena tão importante à vida de um ser humano, seu semelhante, tão frágil e tão incopetente quanto qualquer ser humano normal.

Desse ponto de vista, é importante lembrarmos das inúmeras injustiças atreladas à cantora inglesa Amy Winehouse. Amy, momentos após sua morte, foi julgada sumariamente como uma drogada inveterada, mau exemplo de comportamento péssimo. Tal juizo foi atribuído a Amy pelo o habitual uso excessivo de drogas, praticado pela cantora. O que nos espanta é o fato de que a sociedade querer fazer de Amy um exemplo de vida desregrada e que não pode ser seguida, pois os fins são sempre os mesmos, a morte prematura. Amy seria mais uma daquelas estrelas que morrem por uso de drogas, como Jimi Hendriz, Jim Morrison, Jane Joplin, Cássia Eller, entre outros artistas. Contudo, é importante observarmos como Amy fora injustiçada por seus "juízes".

Amy, segundo laudos médicos, estava bastante tempo sem ingerir alcool e drogas, dando um tapa na cara da sociedade que mais uma vez julgara pessimamente os seus.

Doutra forma, é interessante lembrarmos de Amy como uma cantora fantástica, de um talento raro, e de uma voz inebriante. Suas letras, que resvalavam do fundo de sua alma sempre sofrega, encantou, e encanta, a muitos que sofrem de amor e que amam como nunca. Deixo-vos will you stil love me tomorrow, uma canção em que não é necessário saber o que ela diz, só o talento e a voz da cantora inglesa nos diz tudo, nos ajuda a jugar Amy Winehouse como uma das cantoras mais fortes dos últimos tempo, uma cantora, ao rigor mais próximo, tanto nos palcos, quanto na vida pessoal, que fazia justiça as comparações com as cantora, não menos talentosas, americanas negras, como Billy Holyday, Areta Franklin, entre outras.


Essa é pra ouvir até não suportar....



sexta-feira, 15 de julho de 2011

CUNHA SANTOS - Um grande poeta maranhense

O Maranhão é um dos raros lugares do Brasil em que poetas nascem em todos os lugares. Poucos estados brasileiros tem o orgulho de ostentar uma gama infindável de literários com tanta força de expressão e sucesso quanto o Maranhão. O mais curioso nisso tudo não é a fertilidade literário que o Maranhão tem, mas sim, que esses grandes nomes são quase que totalmente desconhecidos do grande público maranhense. Não se pode negar que para ser poeta no Maranhão é uma coisa fácil, difícil mesmo é estar no Maranhão e ser reconhecido pela grandeza de sua habilidade poética.

O esquecimento, ou desconhecimento de um poeta é uma das coisas mais agressivas que podemos fazer contra nossas próprias raízes. Nós, que temos fama de sermos a Atenas Brasileira" pouquíssimos poetas novos tem um lugar nas discussões literárias que se fazem em terras maranhenses. Devemos entender porque que nos encontros de estudantes de letras das universidades públicas ou faculdades particulares não se tem um apanhado dessa literatura tão rica, tão cheia de personalidades, que traz o melhor que temos, ou mais ainda, porque nos encontros nacionais e internacionais que temos no Estado, não se traz a lume nossos poetas e escritores? Não podemos pensar na literatura maranhense visando apenas Josué Montello, Bandeira Tribuzzi ou Ferreira Gullar, ou muito menos Arthur Azevedo, Graça Aranha ou Aluisio de Azevedo, não!! A literatura maranhense, como a de outros lugares é fértil, tem muito pra dar ainda.

Grandes nomes de nossa literatura escasseiam nas discussões sobre a literatura maranhense. Discutamos mais José Neres, dona de uma obra estimável e cheia de imagens do Maranhão, Nauro Machado, que tem uma obra densa e cheia de uma linguagem nova com ares de força poética e estética, entre outros,escritores que tem muito o que falar a nós, estudantes de literatura, história, lingua portuguesa, ciências socias e etc.

Dentre muitos poetas e escritores maranhenses, devemos dar espaço, também, ou mesmo, convidar a falar sobre sua relação com a literatura, o jornalista e poeta Cunha Santos que é figura marcante nas grandes manifestações políticas e literárias de nosso Estado.

Dono de uma vasta obra literária, Cunha Santos é um dos grandes nomes de nossa literatura no Estado. Escreveu poemas, contos, crônicas cheios de existencialismo e denuncias sociais. Seus textos, sobretudo a poesia e a crônica são gritos de denuncia da opressão dos poderosos sobre os menos favorecidos. Cunha quer despertar a consciência política e social das pessoas que sofrem com o sistema capitalista, que enriquece os bolsos de poucos, mas apodrecem de miséria a grande parte da população mundial. Seu grito é um clamor que exala do inconsciente que não se contém ao observar a miséria, o esquecimento e a imobilidade dos cidadãos - que é quem tem a força para mudar essa quadro. Vale, aqui, lembrar do escrito de Karl Marx quando diz que a mais perfeita forma que o capitalista achou para dominar as massas é justamente tirando-lhe a esperança pela mudança, de deixar as massas paralisadas diante de sua obra de dominação.

Cunha Santos tem muitos livros lançados. Lançaremos lume a três que são os de maior sucesso, além de pontuarmos apenas um: De sua vasta obra, é interessante a leitura de "A Madrugada dos Alcoolatras", Paquito, o Anjo Doido e Odisséia dos Pivetes". Este último, é uma interessante denuncia social com relação ao abandono de crianças no Brasil, sobretudo, no Maranhão. O livro fora lançado graças a um concurso que a Fundação Cultura do Estado lançou e que Cunha Santos foi o vencedor.

No livro, há uma intensa intertextualidade com as mitologias da cultura grega, sobretudo, com as que dizem respeito à criação do homem: Cronos, o titã que devorava seus filhos, é a representação real da sociedade. Assim como o titã, pai do deus dos deuses, a sociedade devora seus filhos, não se responsabilizando por eles, deixando-os à margem da sociedade, onde eles encontram todos os tipos de drogas e violação de suas purezas. Portanto, no livro, há a convocação da sociedade para agir contra si mesmo, uma evocação a Rea, quem salvou Zeus de ser devorado pelo pai. Para o poeta, a miséria que engole as crianças de rua da capital maranhense é um das principais vilãs dessas crianças. Na mesma perspectiva, no livro, o poeta deixa claro que as crianças são o futuro da humanidade, portanto, se quissermos termos um futuro melhor, é importante que cuidemos mais, que tenhamos mais responsabilidades com as crianças de nosso estado.

Fico devendo, nesta minha breve leitura alguma poesia de Odisséia dos Pivetes, que é uma grande obra, mas que é escassamente destribuido no meio maranhense, e talvez, nacionalmente também. Isso se deva talvez pelo forte teor ideológico e crítico da obra. Porém, disponibilizaremos outra poesia de grande talento feito pelo nosso poeta codoense.

Na poesia que segue, é interessante observarmos a luta que o eu-lírico tem com a existência. Para ele, existir e ver tanta miséria e sofrimento não é viver, é simplesmente existir. Chamo a atenção para a dramaticidade e a profundidade do existir desses versos:

Delirium tremens

Eu ouço passos no absurdo

pancadas secas no desconhecido

marés se movem nos meus olhos

mãos de areias na minha faringe

tentam arrancar veias que eu amo

A noite se move estranha

Neva nesta "Casa". É a morte

rondando dentro dos copos

mexendo nas canelas de aço

que se acumulam nos meus pés

Eu sinto fome: como meus dedos

sacode-me um desejo santo

de enforcar uma criança

para evitá-Ia deste mundo

Não conheço estas ruas

nem sei mais de onde vieram

as estacas com que me batem

eu preciso desenhar a poesia

eu preciso desenhar meu grito

pois hoje, nem as palavras da lua

far-me-ão descansar a caneta

do martírio de dizer besteiras

hoje eu sou uma choça de remorsos

diferente: sim, porque não matei

nem sequer premeditei a morte

mas sou o local do crime!

(Meu Calendário em Pedaços/1978)

Para mais conhecimento da obra de cunha Santos, bem como de seus últimos escritos, é interessante observarmos o seu blog, que está disponível. click aqui

O Maranhão não pode ser uma mãe desleixada, ou mesmo um Cronos com o seus poetas, visto que eles tem grande talento e reflexões interessantes a serem vistas.