segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Poesia cortante

Introduzo na poesia a palavra peste
Muita mais que sede, muito mais que água
A poesia, meu rapaz, é como espada
Que fere e mata
Que vive e farta
Que junta e aparta
Que move e alastra
Vida,
Força,
Fulgor,
E um pouco de amor.
Se engana quem pensa que essa espada
São só palavras bonitas,
Doces para encantar a namorada,
A poesia é como faca
Que fere e mata
Que vive e farta
Que junta e aparta
Que move e alastra
Ódio,
Fome,
Medo
E ideologia
A poesia, meu rapaz, são para os fortes,
Os trabalhadores, os escultores,
Os senhores, os servos, porque a poesia
É como unha afiada
Fere e mata
Vive e farta
Junta e aparta
Move e alastra
Amor
Entra pernas e sabores,
Entre Mendigos e doutores,
Entre meninos e meninas
Ou tudo igual,
A poesia, meu jovem,
É má, não é boa
Salva, não desperdiça....

Nenhum comentário: