segunda-feira, 23 de junho de 2014

Fernanda Brum - Ele é Por Mim (DVD Profetizando às Nações)

Já disse milhões de vezes que não sou muito fã da música evangélica produzido pelo mercado fonográfico brasileiro, não é por falta de nacionalismo, mas prefiro o R&B Gospel americano e alguns brancos, como a galera do Jesus Culture; no entanto, no Brasil,  há uma cantora completa e muito boa na voz e na interpretação, que lhes são naturais e poderosas, que é a Fernanda Brum. Na canção que segue, a cantora dá show e passa, com espírito, a canção Ele é por mim (disco Quebrantado Coração, de 2002) que por si só já é especial: a canção trata das vezes que estamos sozinhos e como a Divina Companhia é maravilhosa, fiel e poderosa, além de ressaltar as característica do Senhor Jesus, quem mudou a história do mundo. Dou um destaque especial ao refrão da música e às palavras de Fernanda, no final do clipe: tocantes e de arrepiar! Ouçam em alto e bom som, confiando!!


Quem começou a boa obra é por mim

Aquele que venceu a morte é por mim

Aquele que subiu em glória e mudou a história

é por mim!!

(...)
Eu sei que Ele é por mim

Ele vai a minha frente, ele me defende!

Nunca perdeu uma batalha,

nunca perdeu, nunca perdeu!!

Até a morte ele venceu!!



MUITO FORTE ESSA MÚSICA!!

sexta-feira, 18 de abril de 2014

O HOMEM DUPLICADO (ENEMY)

O Homem Duplicado é um thriller psicológico baseado no livro do escritor português ganhador do Nobel de Literatura, José Saramago, O Homem Duplicado. O livro de Saramago conta a história de Daniel e Antonio, dois homem com uma semelhança perturbadora que acaba por deixar os dois personagens numa situação complicada e única, a da perda da identidade humana. Daniel e Antonio se deprimem e se atormentam diante de um fato tão inédito e que mexe tão profundamente suas identidades como seres humanos, a perda da singularidade. Na obra, Saramago coloca em cheque, mais uma vez, como faz em Todos os Nomes, o papel do homem ante a teia que forma o universo no qual ele está envolto.

Já o filme O Homem Duplicado (Enemy), uma co-produção entre Canadá e Espanha, dirigida pelo canadense Denis Villeneuve (diretor em O suspeito, Incêndios, Redemoinhos entre outros) conta com as participações dos talentosos Jake Gyllenhal (O Segredo de Brocken Back Mountain, Os Suspeitos, Amor e Outras Drogas, Entre Irmãos...), Mélanie Laurent (Trem Noturno para Lisboa, Truque de Mestre, Bastardos Inglórios...), Sarah Gordon (A Casa dos Sonhos, Cosmópolis, Mundo sem Fim...) e uma participação especial de Isabella Rossellini (A Morte de Caim e Abel, Coração Selvagem A Solidão dos Números Primos, Amantes...).

O filme conta a história de Adam e Anthony (Jake Gyllenhal): este é um ator falido, aquele um professor universitário de História que encontra, acidentalmente, assistindo a um filme, um outro homem com características físicas idênticas com as dele (Anthony). Num envolvimento profundo entre os dois que, depois de uma busca intensa, se encontram, o filme tece um drama pessoal, inédito e inexplicável na cabeça dos dois personagens: como pode haver uma outra pessoas com as mesmas características físicas de uma outra pessoa, um caso nunca visto nem entre irmãos gêmeos univitelinos? Os traços psicológicos são os mesmos? O pensamento, a posição diante da vida são os mesmos? Eu sou anormal por isso, por haver uma pessoa idêntica a mim a solta no mundo? Essas e outras questões perturbam e entremeiam a vida dos dois personagens, num silêncio agonizante. A história passa num atmosfera pesada, numa cidade canadense escura e quase sem vida; salvo as duas cenas feitas externamente e os flagras feitos do alto da cidade, o filme todo passa num quadrado com cenas quase monótonas e cinzas e em diálogos duplos. Em algumas vezes, o efeito das câmaras, os sacolejos, e a lucidez das filmagens se fazem sentir; na busca de um realismo forte, o diretor deixa-se perceber com um olhar afinado para as cenas. O telespectador sente-se como alguém que está dentro do espaço da cena (e da trama, que te pega no enredar da história) graças aos enquadramentos impressionantes; muito bom o efeito de câmara do filme!

Para alguns iniciantes, o filme é confuso, sem uma lógica e sem qualquer compromisso com a realidade, aparentando confusão e ilogicidade (principalmente com as aparições intermitentes e confusas de uma aranha em tamanho gigante que povoa a imaginação de Adam!), uma vez que o roteirista e o diretor não deixaram de soltar algumas pitadas de Realismo Mágico, tão forte na literatura de Saramago. Prevendo isso, o diretor epigrafa o filme com uma citação saramagiana "O caus tem uma ordem até então desconhecida", mostrando total logicidade e domínio de roteiro. 

Nos resta falar da beleza de filme, muito bom, muito profundo, interessante, eu recomendo que assistam.




A capa do filme que ficou mais famosa


Segue abaixo um link para ler o livro de Saramago em pdf. 

segunda-feira, 24 de março de 2014

ÚLTIMO CREDO - Augusto dos Anjos


Como ama o homem adúltero o adultério
E o ébrio a garrafa tóxica de rum,
Amo o coveiro — este ladrão comum
Que arrasta a gente para o cemitério!

É o transcendentalíssimo mistério!
É o nous, é o pneuma, é o ego sum qui sum,
É a morte, é esse danado número Um
Que matou Cristo e que matou Tibério!

Creio, como o filósofo mais crente,
Na generalidade decrescente
Com que a substância cósmica evolui...

Creio, perante a evolução imensa,
Que o homem universal de amanhã vença
O homem particular que eu ontem fui


Esse é um dos mais belos poemas de Augusto dos Anjos! Poema cheio de humanismo, o coveiro é a personificação da morte, a principal musa do poeta paraibano: muito mais do que a cor da pele, a raça e a língua, a morte é a única coisa que une a todos os homens, é a única coisa que nos faz todos iguais. Este poema é uma alusão a esse momento tão sombrio e, ao mesmo tempo, tão humano. É a morte que nos faz universais, o homem universal de amanhã que vencerá o homem particular e subjetivo de hoje. "o homem universal de amanhã vença O homem particular que eu ontem fui". O homem que se faz singular neste momento tem um encontro inevitável com o homem universal de amanhã! 

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Filme Stand Up Guys (Amigos inseparáveis)



O cinema, atualmente, sofre uma grande mudança, sobretudo se relacionarmos sua estética atual com a de algumas décadas atrás. Muito embora atualmente populem filmes que estejam encharcado de histórias de ficção científica, com Hollywood tendado empurrar, guela a baixo, uma realidade extranocional com filmes como amanhecer, Harry Potter e uma safra de filmes igualmente fantasiosos, os amantes de filmes com fundo histórico "verídico" e emocionantes ainda podem dar seus suspiros: filmes onde um bom roteiro relacionado com o talento de seus atores, salvaguardados por uma trilha sonora maravilhosa, ainda podem ser encontrados no mercado. Entre esses, é facilmente possível apontarmos para Stand Up Gays, que, no Brasil, ganhou o título de "Amigos inseparáveis", uma história que mistura humor, amor e amizade, que, ao mesmo tempo que nos faz rir, tem a incrível capacidade de nos fazer chorar. Os veteranos Al Pacino, que no filme vive o gangster Val, e Christopher Walker, que vive Doc, e Alan Arkin, que vive Hirsch, são três ex-ladrões que estavam doentes e solitários e que juntam-se para curtir a última noite de vida de Val, por causa de uma confusão do passado. Doc vive com um drama de ser o encarregado pela morte de seu único amigo, que ao saber, resolve entregar-se facilmente. O filme é um conjunto de aventuras, vividas pelos veteranos, que nos fazem sorrir e lembrar de um cinema inteligente sem precisar nos fazer acreditar no irreal. Outra característica marcante do longa é a dramaticidade com que o filme se arrasta: ao longo da história, os personagens contam seus dramas pessoais e suas histórias de fracasso e vitória, dando ao filme, um tom deliciosamente melancólico. Desse modo, Stand Up Gays é um remember delicioso, que nos presenteia com atuações magistrais de grandes veteranos e de novos atores também. Faço menção a belíssima trilha sonora que, logo no início,  é encabeçada pela poderosa canção “Hard Times” do Baby Huey & The Babysitters, e fecha com a belíssima canção de Bon Jovi "Old Habits die Hard", coroando o filme de Fisher Stevens. Amigos inseparáveis é um filme que recomendo sempre!!






sábado, 31 de agosto de 2013

Filme Amor sem pecado (Adore) - Anne Fontaine




O Filme se passa numa cidade praieira da Austrália e conta a história de duas mulheres de meia idade e suas vidas amorosas. O filme conta com as atuações de duas estrelas hollywoodianas, a australiana Naomi Watts, que atuou em 21 gramas e King Kong, e que no filme vive a viúva, Lil e a america não menos talentosa Robein Wright, que atuou em filme como Forest Gamp, O homem que não amavam as mulheres, entre inúmeros outros sucessos, e que em Amor sem pecado vive Roz. Lil e Roz são amigas desde pequenas e ambas construíram suas famílias e filhos juntas. Com o passar dos anos, os filhos das duas tornam-se jovens rapazes adultos e sedutores  chamando a atenção das duas mulheres, que nessa altura, Roz estava decepcionada com o casamento e Lil solteira. Vivido pelos jovens atores Xavier Samuel (Crepúsculo e Anônimo), que vive Ian e James Frenchville (Reino Animal e The First Time) apaixonam-se pela amiga de suas respectivas mães e começam um romance que tem que vencer inúmeros desafios para se manter: intrigas, separações, amor, carinho apimentam a história e fazem do filme uma obra prima, como foram Coco Chanel e Sem escândalo, bons filme que estão no currículo da diretora francesa. O filme é cheio de cenas fortes, atuações interessantes e um cenário paradisíaco, além de personagens com uma beleza estonteante. Um destaque para Robein Wright e Xavier Samuel, que receberam papeis fortes e deram conta do recado!





Segue o link do filme para assistir on line ao filme: pegue sua pipoca e prepare suas emoções





quinta-feira, 4 de julho de 2013

IDEALIZAÇÃO DA HUMANIDADE FUTURA - Augusto dos Anjos

A grande problemática de se colocar Augusto dos Anjos em alguma escola literária é justamente a sua solidão: solidão criadora, que o identifica e o faz, portanto, único, um fenômeno tanto na estética, quanto no tema. Augusto, como vemos no poema que segue, é um profeta, um "adivinhador" do futuro, seu olhar afinado conclui com exatidão o futuro como um cidadão que mirava no espelho seu rosto sem se deixar enfeitiçar. Tal futuro, para Augusto, estava cronologicamente distante, mas real e implausível como a capacidade de um tolo produzir poemas similares ao seu. Em meio em tantas revoltas populares que acontecem no mundo atualmente, ouvimos Augusto dos Anjos gritar a verdade do início do século XX e, com isso, predizer, melhor que qualquer ser vivente desta época, a natureza humana na atualidade. Para mim, Augusto dos Anjos é um ser sobrenatural, daqueles que só nascem uma vez e que dificilmente se repetem entre as genealogias animais.

IDEALIZAÇÃO DA HUMANIDADE FUTURA - Augusto dos Anjos

Rugia nos meus centros cerebrais
A multidão dos séculos futuros
— Homens que a herança de ímpetos impuros
Tornara etnicamente irracionais!

Não sei que livro, em letras garrafais,
Meus olhos liam! No húmus do monturos,
Realizavam-se os partos mais obscuros,
Dentre as genealogias animais!

Como quem esmigalha protozoários
Meti todos os dedos mercenários
Na consciência daquela multidão...

E, em vez de achar a luz que os Céus inflama,
Somente achei moléculas de lama
E a mosca alegre da putrefação!