Dizem que a poesia é
coisa de frutinha, além de dizerem que ela não serve para nada. Muitos
incautos, como jugos as pessoas que não entendem o valor e a praticidade da
poesia, dizem que poesia é gasto de papel e tempo. Contudo, para Ferreira
Gullar, a poesia é uma arma, uma bandeira social com a qual as grandes
revoluções sociais podem ser praticadas. A poesia é subversiva porque ela não
deve (como todas as formas de manifestação do pensamento) se sujeitar a ninguém;
a poesia é subversiva porque sua jovialidade e sua liberdade a fazem como um
pássaro no céu, que está livre de todas as loucuras e pirações criada pelos
outros animais, a poesia está (e sempre deve estar) além de ser ( e sempre deve
ser) livre, não asujeitada ou encomendada; A poesia é o estatus que o homem
procura, a poesia é a concretude da felicidade, a liberdade, ela é o arquétipo
da total liberdade, tão sonhada pelo homem. De sua liberdade, ou seja, de si, a
poesia grita e relincha e se desculpa como se nada acontecesse, a verdade vira
um grito, ou melhor, balas (não de borracha!!) contra a imoralidade dos
governantes do povo. Nesse sentido, mais uma vez, a poesia é um anseio de
verdade e liberdade, um espaço onde o homem busca a si mesmo:
Subversiva
A poesia
quando chega
não respeita nada.
Nem pai nem mãe.
Quando ela chega
de qualquer de seus abismos
desconhece o Estado e a Sociedade Civil
infringe o Código de Águas
relincha
como puta
nova
em frente ao Palácio da Alvorada.
E só depois
reconsidera: beija
nos olhos os que ganham mal
embala no colo
os que têm sede de felicidade
e de justiça
E promete incendiar o país
quando chega
não respeita nada.
Nem pai nem mãe.
Quando ela chega
de qualquer de seus abismos
desconhece o Estado e a Sociedade Civil
infringe o Código de Águas
relincha
como puta
nova
em frente ao Palácio da Alvorada.
E só depois
reconsidera: beija
nos olhos os que ganham mal
embala no colo
os que têm sede de felicidade
e de justiça
E promete incendiar o país