Recentemente, aconteceu uma coisa na cidade que me deixa meio pensativo: a universidade Federal do Maranhão abriu inscrições para o concurso de poesias da UFMA. Até ai, quase tudo bem. Antes, devemos refletir, o pelo menos jogar as cartas na mesa, sobre esse tipo de concurso.
Esse blog eu ofereço a todas as pessoas que são como eu, que gostam de estarem antenadas com o mundo, e opinarem da forma mais espontânea possivel. Se você se amarra em ver as noticias que passam por ai e vê-las de sua forma, de uma lida nesse blog. Até mais, agente se vê....
sexta-feira, 19 de novembro de 2010
Concurso de poesias da UFMA: uma sucessão de erros
terça-feira, 26 de outubro de 2010
O Português falado no Maranhão: múltiplos olhares
quarta-feira, 20 de outubro de 2010
texto sobre o lexiquepro
terça-feira, 21 de setembro de 2010
Osvaldo Montenegro - METADE (inspirado em Traduzir-se - Ferreira Gullar )
Que a força do medo que eu tenho,
não me impeça de ver o que anseio.
Que a morte de tudo o que acredito
não me tape os ouvidos e a boca.
Porque metade de mim é o que eu grito,
mas a outra metade é silêncio…
Que a música que eu ouço ao longe,
seja linda, ainda que triste…
Que a mulher que eu amo
seja para sempre amada
mesmo que distante.
Porque metade de mim é partida,
mas a outra metade é saudade.
Que as palavras que eu falo
não sejam ouvidas como prece
e nem repetidas com fervor,
apenas respeitadas,
como a única coisa que resta
a um homem inundado de sentimentos.
Porque metade de mim é o que ouço,
mas a outra metade é o que calo.
Que essa minha vontade de ir embora
se transforme na calma e na paz
que eu mereço.
E que essa tensão
que me corrói por dentro
seja um dia recompensada.
Porque metade de mim é o que eu penso,
mas a outra metade é um vulcão.
Que o medo da solidão se afaste
e que o convívio comigo mesmo
se torne ao menos suportável.
Que o espelho reflita em meu rosto,
um doce sorriso,
que me lembro ter dado na infância.
Porque metade de mim
é a lembrança do que fui,
a outra metade eu não sei.
Que não seja preciso
mais do que uma simples alegria
para me fazer aquietar o espírito.
E que o teu silêncio
me fale cada vez mais.
Porque metade de mim
é abrigo, mas a outra metade é cansaço.
Que a arte nos aponte uma resposta,
mesmo que ela não saiba.
E que ninguém a tente complicar
porque é preciso simplicidade
para fazê-la florescer.
Porque metade de mim é platéia
e a outra metade é canção.
E que a minha loucura seja perdoada.
Porque metade de mim é amor,
e a outra metade…
também
sexta-feira, 17 de setembro de 2010
Papai Lula e seu filho Brasil
quinta-feira, 22 de julho de 2010
LEIA, É RAPIDINHO....
Eu estava aqui, fazendo nada, e como toda e qualquer pessoa que tem um blog e que estão com a cabeça fervendo, decidi escrever uma prosa com o mais justo dos títulos de prosa. Meus dedos começaram a tremerem porque minha memória e consciência estavam borbulhando, então decidi escrever algumas coisas que eu estava pensando comigo mesmo.
Sei que aqui não é o Twitter, mas devo me manifestar, já que não o faço aqui há bastante tempo. Estava pensando acerca da tecnologia, as coisas modernas, quantos avanços a ciência tem alcançado em todos os ramos do conhecimento humano, quanto à falta de tempo que nós temos sofrido nos últimos século. Apesar de ser algo que já foi previsto por Jesus Cristo há século, tem sido algo que as tecnologias mais modernas não têm conseguido evitar . Por mais que corramos, ultimamente não temos tempo para quase nada. Corremos, comemos, andamos, nos vestimos, andamos em veículos silenciosos e rápidos, porém, quanto mais rápido estamos, menos tempo temos, o que nos faz refletir ainda mais sobre essa tal tecnologia que nos "facilita a vida".
Carros rápidos, email, dowload, PCs, JGVYWX 395, e muitas outras siglas que o léxico de nossa bem desenvolvida língua possa suportar, nos prometem encurtamento de tempo, o máximo possível. A palavra da vez é "rapidez". O produto no mercado que tenha a maior capacidade de nos oferecer tal qualidade, esse é o lucrativo. Prova disso, é o mui planejado e querido "trem bala", que está as vésperas de ser instalado em nosso país, é na verdade um ícone dessa sociedade pós-moderna (gosto de falar isso, parece inteligente).
Algo interessante, é pensar como essa mesma sociedade que corre, em máquinas poderossissímas está sempre atrasada, ou mesmo, cheia de coisas pra fazer. Na verdade, a presa da humanidade tem feito ela se esquecer das coisas boas da vida, de como é bom olhar para o mundo e ver as coisas boas. de como o mundo é cheio de beleza, criadas justamente para nosso deleite.... A presa tem feito o homem esquecer-se de seu semelhante, de ver que além dele, há outras pessoas no mundo. Sem dúvidas, o bom da vida é viver bem e ver os outros bem também. Pense nisso....
Agora pode ir atrás do que você estava, com presa, procurando....
quarta-feira, 2 de junho de 2010
Ferreira Gullar e o prêmio Camões
quarta-feira, 14 de abril de 2010
Projeto Meu primeiro emprego – Apoio social ou mordaça nos jovens?
O programa do governo do estado em parceria com muitas empresas comerciais de São Luís, está fazendo muito sucesso no Estado. Os mentores desse programa defendem que o jovem, ao ser inserido pela primeira vez no mercado de trabalho, tem maior chance de ingressar nele. O programa consiste em dar vagas de emprego dentro do mercado (lojas, papelarias entre outros estabelecimento comerciais) para aqueles jovens que não conseguem vaga nele.
O programa, desde o último governo, foi extinto, mas agora volta com força total. Alguns, como eu, relacionam essa repentina ascensão do programa às aproximações do pleito eleitoral. Obviamente que no discurso de nossos políticos, ou grupo, isso é mera coincidência. Além desses fatos, algumas perguntas seriam importantes na análise desse fenômeno azul:
a)esse programa existe desde o último governo de Roseana Sarney, por quê foi extinto? b) Por quê só agora, depois do golpe das últimas eleições o governo tem condições de mantê-lo? c) No último governo do deposto Jackson Lago, a então senadora da república, e atualmente governadora do Estado, Roseana Sarney, não proporcionou apoio financeiro ou político a Jackson para implantar programas sociais, Porquê só agora Roseana decidiu implantar esse programa, uma vez que ela ama o Maranhão com toda a força de seu coração, d) e por fim, será que esses jovens, contemplados pelo programa, no momento da eleição, não levarão em conta esse “beneficio” “promovido” pela então governadora, futura candidata ao cargo (mais uma vez) Roseana Sarney?
Um certo professor meu diz uma frase muito sabia: “ Jovem tem que protestar, sem o protesto, o jovem não é jovem, Jovem nunca fica satisfeito”. A tal frase de meu professor, traduziria perfeitamente os jovens de sua época que, sem dúvidas, eram bem mais consciente do que os de hoje (ele tem mais ou menos cinqüenta anos). Esses, por sua vez, dado o presente contexto em que nos encontramos, perderam essa característica naturalmente importante para a evolução social e econômica de uma sociedade. Programas como o primeiro emprego são utilizados como um amortecedores da ira natural dos jovens. Os maiores e importantes protestos que aconteceram na história do Brasil e do mundo, foram proporcionados pelos jovens. Com esse programa, o jovem perde o foco em sua formação superior ou técnica, o que seria um ganho para um grupo que não precisa, muito menos quer, pessoas pensantes, uma vez que o conhecimento liberta os homens das algemas da ideologia. É triste ver jovens, muitas vezes inteligentes (todos são), que por falta de uma orientação voltada para a reflexão da vida e da sociedade tem que se submeter a programas amortecedores como esses.
Cabe as pessoas que tem um mínimo de consciência, usarem seus poderes comunicativos para desmascarar esse plano que tem por fim a permanência eterna de um poder que tem trazido miséria e desigualdade por um longo tempo da história de nossa sociedade.
Apesar de não pertencer ao partido socialista maranhense, digo:
“Só a luta muda a vida”
segunda-feira, 22 de março de 2010
PRESO [LIVRE]
Preso no mais livre cosmos universal,
E enquanto a cidade grita, pânica, por meu nome:
Meus pensamentos não saeem de você.
Se eu quisesse ser livre, não o seria,
Porque você, meu ódio, meu amor,
É como grude solto nas garras da liberdade;
É como um suor de letras que vertem de meu coração
E que caeem, secas em meu papel.
Molhadas pelos sentimentos mais absurdamente vazios.
Enquanto a cidade grita meu nome, eu sussurro o seu.
Enquanto você movimenta-se em meu imaginário,
Eu paro, movimentando-me a seu encontro.
Na porta de meu quarto, a consciência me chama
Para a dura realidade mole e (des)sentida
Fresca e calorenta dos opostos.
sexta-feira, 19 de março de 2010
São Luís no prisma Gullariano
"O homem está na cidade como uma coisa está em outra e a cidade está no homem que está em outra cidade.
mas variados são os modos como uma coisa está em outra coisa:o homem, por exemplo, não está na cidade nem como uma árvore está em qualquer uma de suas folhas"
Desde moço Ferreira Gullar já anunciava que seria um gradiosissimo poeta. Participou de muitos concursos de poesia, onde quase sempre ganhava. Uma curiosidade é que seu primeiro Livro " Um poco acima do chão" em que já demonstrava muito talento, apesar de o próprio poeta achar que não, é fruto de um concuro em que ele ganhou em primeiro lugar, o prêmio seria a publicação de um livro, dai surgiu seu primeiro trabalho, dois anos antes de ele ir para o Rio de Janeiro.
Em um trecho de Poema Sujo , Gullar confunde-se com a própria cidade, diz que nele habita a plenitude do espaço "saoluisense":
"Mas sobretudo meu corpo nordestino mais que isso maranhense mais que isso sanluisense mais que isso ferreirense newtoniense alzirense" (grifo meu)
Nesse trecho fica bem claro esse eterno amor por São Luís. Ao logo de todo o poema, a lembrança da cidade amada é amarrada a seu tempo de criança, boas e saborosas cenas sempre acontecem em São Luís do Maranhão, independênte se ele estivesse na Argentina, França ou Chile, países onde ele ficou exilado durante a ditadura. Outra imagem atrelada a São Luís é a da figura do pai , de quem o poeta sempre faz menção.
Mesmo com as poucas provas aqui demonstradas,( para mais, consultar a obra do poeta) é de se crer que são suficientes para mostrar o quanto a cidade de São Luís mora no coração e na poesia de Ferreira Gullar. O mito de que São Luís não existe para Ferreira Gullar com certeza cai como uma bomba para o poeta, pior até que a bomba suja que como visto aqui, ama a cidade mesmo longe.
GULLAR, Ferreira. Poema sujo. Rio de Janeiro: circulo do livro, 2000.
MACEDO, Diogo Andrade de. Traços estilísticos de Ferreira Gullar em Poema Sujo, 1976. Disponível em << http://www.mafua.ufsc.br/diogo.html>> acesso dia 19/03/2010.
terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
Ferreira Gullar e a questão da arte vanguardista
segunda-feira, 4 de janeiro de 2010
Poesia cortante
Muita mais que sede, muito mais que água
A poesia, meu rapaz, é como espada
Que fere e mata
Que vive e farta
Que junta e aparta
Que move e alastra
Vida,
Força,
Fulgor,
E um pouco de amor.
Se engana quem pensa que essa espada
São só palavras bonitas,
Doces para encantar a namorada,
A poesia é como faca
Que fere e mata
Que vive e farta
Que junta e aparta
Que move e alastra
Ódio,
Fome,
Medo
E ideologia
A poesia, meu rapaz, são para os fortes,
Os trabalhadores, os escultores,
Os senhores, os servos, porque a poesia
É como unha afiada
Fere e mata
Vive e farta
Junta e aparta
Move e alastra
Amor
Entra pernas e sabores,
Entre Mendigos e doutores,
Entre meninos e meninas
Ou tudo igual,
A poesia, meu jovem,
É má, não é boa
Salva, não desperdiça....